De acordo com um estudo feito pela empresa Norton, os bandidos virtuais movimentam mais dinheiro em todo o mundo do que o volume gerado pelo narcotráfico
29/03/2011 – 13h08 . Atualizada em 29/03/2011 – 15h24
Patrícia Azevedo | Agência Anhangüera de Notícias
Patrícia Azevedo | Agência Anhangüera de Notícias
O crime cometido na internet superou o tráfico de drogas e armas e é hoje a atividade ilícita mais lucrativa. A modalidade engloba delitos como fraudes, estelionato, roubo de dados e informações bancárias, ameaças e pedofilia. De acordo com um estudo feito pela empresa Norton, os bandidos virtuais movimentam mais dinheiro em todo o mundo do que o volume gerado pelo narcotráfico.
O levantamento feito pela empresa em 2010 mostra a abrangência dos crimes eletrônicos: 65% dos internautas entrevistados disseram já ter sido vítimas de algum tipo de delito, como vírus de informática, fraudes com cartões de crédito, assédio sexual ou apropriação indevida de identidade.
O delegado da Polícia Civil Higor Vinicius Nogueira Jorge conta que, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os crimes eletrônicos causaram um prejuízo de R$ 900 milhões no Brasil em 2010. “Desse valor, R$ 180 milhões foram decorrentes de golpes com cartões de débito, R$ 270 milhões de fraudes cometidas pelo internet banking e R$ 450 milhões de clonagem de cartões de crédito”, diz.
Parte importante do lucro com cibercrime vem da venda de material para pedófilos. “O mercado de venda de imagens e vídeos desse gênero movimenta, segundo dados da Interpol, US$ 20 bilhões por ano em todo mundo”, explica o delegado da Polícia Federal Jessé Coelho, especializado na investigação de crimes contra os direitos humanos na internet.
Não há estatísticas sobre crime virtual no Brasil ou estimativas do total de recursos movimentados pelos cibercriminosos. As autoridades alegam que isso ocorre porque não há uma legislação específica sobre o assunto. “Os crimes são registrados de acordo com os artigos existentes no Código Penal, como roubo, estelionato, ameaça, injúria, calúnia e difamação, no caso de ameaças”, detalha o Coelho.
Policiais especializados no setor contam que a possibilidade de ter lucros altos, aliada à sensação de impunidade que o meio cibernético oferece, está levando muitos criminosos a mudar de modalidade. “Temos visto uma migração de ladrões e traficantes de drogas para os chamados crimes eletrônicos”, explica Jorge. O criminoso, independente da área de atuação, age de acordo com a oportunidade, dizem os especialistas.
Se acredita que está mais seguro atrás de um computador e que vai ganhar mais dinheiro com isso, o criminoso muda de atividade sem pestanejar. “Eles sempre buscam oportunidade para ganhar dinheiro fácil e com menos riscos”, diz o delegado da PF.
Mas ele afirma que não há como apagar tudo que o usuário faz na rede. “O criminoso pode achar que limpou o seu HD, mas nós encontraremos algo. Pode usar artimanhas para esconder a identidade, mas temos meios de identificar os criminosos. Não há anonimato na internet”, garante.
Mas ele afirma que não há como apagar tudo que o usuário faz na rede. “O criminoso pode achar que limpou o seu HD, mas nós encontraremos algo. Pode usar artimanhas para esconder a identidade, mas temos meios de identificar os criminosos. Não há anonimato na internet”, garante.
A ingenuidade dos internautas, por outro lado, facilita o trabalho dos ciberladrões. A facilidade para comprar dados de documentos e cartões bancários no mercado negro, roubados na web, tem favorecido essa migração de ambiente dos bandidos. Esses dados são as ferramentas necessárias para executar crimes como fraudes e estelionato.
Reportagem recente publicada no Correio Digital mostra que os piratas virtuais cometem todo e qualquer tipo de crime pela web, até mesmo lavagem de dinheiro. Há quadrilhas especializadas no roubo dessas informações e há quem compre mercadorias de forma fraudulenta para repassar a outros criminosos.
Extraído do site: http://www.rac.com.br/noticias/campinas-e-rmc/79127/2011/03/29/cibercrime-avanca-e-ja-supera-o-trafico-de-drogas.html
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